quarta-feira, 5 de março de 2025

MONÓLOGO DAS MÃOS . 9/4/24

 


 

Nós somos como gêmeas

Abraçamos, carregamos e até alimentamos

Seguramos pra não cair

Empurramos após enguiçar

Secamos as lágrimas que rolam rosto abaixo

Misturamos a massa corrida e tudo que quer misturar

Não sentimos a não ser quando espetadas

Apontamos rumo ao perdido

Ajudamos o for a ficar belo

Não é a toa que apertamos ao laço

Um tombo seria doloroso por causa do cadarço

A vida por nós foi recebida

Não quisemos dar o tapa

Embora apertamos o gatilho

A intenção era por fim a tudo

Não lançamos a lança

Mas empunhamos o escudo na peleja

Nem tão pouco foi vontade de jogar terra na despedida.

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